sábado, 29 de setembro de 2012

O Hobbit completa 75 anos 

O livro do escritor J.R.R. Tolkien que foi traduzido em mais de 50 línguas e conseguiu vender mais de 100 milhões de cópias pelo mundo, completa 75 anos desde sua primeira edição.

O escritor também é autor de O Senhor dos Anéis, uma obra que foi adaptada para o cinema, onde conseguiu vários prêmios importantes no mundo cinematográfico.

O Hobbit também será adaptado para as telonas no fim do ano, separado em três partes, muitos fãs aguardam esse filme que poderá ser assistido em 3D.

Tolkien é considerado mestre da literatura fantástica, pois cria um mundo imaginário com grande enredo e sabedoria, muitos escritores se inspiram nas obras de Tolkien, pois seu mundo desperta interesse no leitor.

Michael Taguchi.




Comentário: Acho interessante que após tanto tempo uma obra possa causar repercussão tão grande no mundo, com certeza muitos esperam para assistir essa grande adaptação, que utilizará recursos especiais, os livros de Tolkien é uma literatura fantasiosa que trabalha com a imaginação do leitor, capaz de fazer com que o leitor acredite em sua história, um ótimo escritor. Acho importante essas adaptações de livros famosos, pois assim muitas pessoas que não se interessam pela leitura pode assistir o filme.

Membro da Comissão da Verdade vence prêmio de literatura

O pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho vence nesta quinta-feira, 27, o Prêmio José Ermírio de Moraes de 2012, com o livro Fernando Pessoa - uma quase autobiografia.
O prêmio, já foi concedido a autores como Décio de Almeida Prado e Luiz Felipe de Alencastro. Cavalcanti Filho é advogado, foi secretário-geral do Ministério da Justiça no governo José Sarney. Ele ocupa a cadeira 27 na Academia Brasileira de Letras, integra a Comissão da Verdade além de ser consultor da Unesco no Banco Mundial.

Michael Taguchi
Fonte: estadão.com.br
Comentário: A obra  Fernando Pessoa - uma quase autobiografia é muito importante para conhecer Pessoa de uma maneira diferente e mais detalhada de sua vida, o livro com certeza mereceu o prêmio, uma grande obra para quem se interessa pela vida de Fernando Pessoa ou pretende conhecer sua vida.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Narração


 Narração é o ato de relatar um fato real ou imaginário por meio de palavras transmitidas oralmente ou por escrito.
 As narrativas têm acompanhado o homem desde os tempos mais remotos. Não há povos sem narrativas, pois o homem sente necessidade de recriar os fatos vividos ou, pela imaginação, inventar. Existem narrativas de todos os tipos: a crônica, o conto, um relato simples são chamados de narrativa curta; a novela, o romance são denominados gêneros longos. Importante, no entanto, é o fato de o homem sentir-se bem narrando, pois identifica-se com os fatos, exercita sua capacidade de criar por meio da imaginação, ou recria fatos importantes de sua vida passada.
 Para o ouvinte ou leitor, a narrativa ficcional tem o poder de evocar uma atmosfera psicológica ou afetiva, é importante arma para fixar princípios morais ou denunciar os costumes de uma sociedade em seu tempo. Faz evocar saudades, tristezas, abandono e/ou quaisquer outros sentimentos tão próprios dos homens.

Passo a Passo da Narração

 De modo geral, há um roteiro em que podemos inserir um fato a ser narrado, podendo ser sintetizado da seguinte maneira:
 Quem? - serve para apresentar os personagens que viverão os fatos.
 Quê? - introduz a história propriamente dita. Consiste em um levantamento de fatos, eventos. É o enredo da narração.
 Quando? Onde? - envolvem tempo e espaço, essenciais para o desenvolvimento do enredo.
 Como? - modo como se desenvolvem os acontecimentos. Deve ser respondido de maneira lógica e direta.
 Por quê? - se houver, indica causas do fato relatado.
 Para narrar, é necessário conhecer suficientemente bem a história que vai ser contada. Deve-se esboçar, rascunhar, sintetizar as idéias centrais, o foco de interesse, o eixo de compreensão da história.
 Função das partes na narração:
  • Na introdução, é necessário sugerir ou apresentar o que vai ser contado no desenvolvimento. Não há regras, mas, de modo geral, deve-se dar a direção da história, atiçando a curiosidade do leitor para o que cai ser contado nos parágrafos subsequentes.
  • No desenvolvimento, é ampliada a visão dada na introdução. É o chamado entrecho, enredo urdidura ou trama. Deve-se manter o leitor atento, criar expectativa, dirigir a leitura para o final. Torna-se importante sugerir, evocando sensações e captando impressões do narrador para serem passadas ao leitor.
  • A conclusão não deve esgotar as sugestões. Na medida do possível, o narrador deve interromper a narrativa de modo a deixar o leitor ainda envolvido. Portanto, não esclarecer devidamente os fatos é um dos bons recursos para a finalização da história.

Exemplo de Texto Narrativo

    "O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo,  imenso, no alto do morro atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
    Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande louceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente "tala") e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio da brisa da tarde.
     No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços.            Chovera: mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
     A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela  ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram, mas depois foram brincar nos galhos tombados.
       Foi agora, em fins de setembro. Estava carregado de flores."


(Rubem Braga, Cem Crônicas Escolhidas, Rio de Janeiro, José Olímpio, 1956.)

 No texto de Rubem Braga, podemos perceber claramente uma possível estrutura do ato de narrar. A introdução é apresentada no primeiro parágrafo. Acompanhado o ritmo dos parágrafos, temos o desenvolvimento até o penúltimo parágrafo e, nas duas orações finais, está encerrada a conclusão.
 A introdução apresenta a ideia principal do texto: o cajueiro caiu. A partir daí, sugere as antigas recordações da infância. A narrativa apresenta tom pessoal em primeira pessoa.
 No desenvolvimento, temos a sugestão como força motriz. A partir ideia principal - a queda do cajueiro -, o narrador evoca as peripécias da infância, lembra-se da última visão que teve da árvore e já anuncia o desenlace da história (contido na introdução - ele caiu).
 Na conclusão, o autor está emocionado ao se lembrar da época do desastre - fins de setembro -, evoca  a primavera com o cajueiro que "estava carregado de flores" e, apesar do viço, tombou para morrer.

Ponto de Vista do Narrador

 Para contar uma história, o escritor dispõe de três modos. Uma personagem que participa dos fatos contados transforma-se em narrador.
 Nesse caso existem duas possibilidades: ou o personagem é protagonista, e se transforma no centro da narrativa, ou é secundário, portando-se como mero observador dos fatos que correm ao seu redor. No primeiro caso, há um limite muito grande, circunscrevendo-se ao mundo do protagonista; no segundo, a visão poderá ser ampliada com observações sobre o mundo exterior, mais do que o mundo interior da personagem. Bons exemplos de narrativas em 1ª pessoa cujo protagonista revela sua visão de mundo são Dom Casmurro, de Machado de Assis, e São Bernado, de Graciliano Ramos. O mesmo Machado, em Memorial de Aires, pode ilustrar a narrativa em 1ª pessoa sem o transbordamento da subjetividade, servindo o narrador mais como testemunha ocular do fato narrado; ele torna-se um observador dos fatos com eventual participação neles.
 No caso da 3ª pessoa, o narrador pode ser onisciente, uma vez que todos os fato ocorridos na narrativa estão sob sua criação, isto é, ele sabe tudo a respeito das personagens e da história. É a forma mais difundida de narração, como em Senhora, de José de Alencar, ou Os Maias, Eça de Queirós.
 Massaud Moisés, em A Criação Literária, refere-se aos focos da narrativa da seguinte maneira: "Cada um dos focos apresenta simultaneamente vantagens e desvantagens para o ficcionista, pois favorecem ou limitam a possibilidade de examinar o panorama em que a história transcorre. Não sendo, nenhum deles, perfeito e completo, o importante é o escritor, optando por um deles, conseguir realizar seu intento fundamental; contar-nos uma história que nos convença". 

Fonte: Apostila Etapa.


Comentário: A narrativa é a forma de se expressar através da escrita ou da fala, sem a importância de ser uma história verdadeira ou inventada pelo narrador, a história narrada contêm elementos que o narrador já viveu ou gostaria de viver. Quando uma pessoa narra uma história ela transmite seus sentimentos para outras pessoas ao seu redor, passando suas experiências para futuras gerações, os narradores podem também fazer um crítica social da época direta ou indiretamente. A narração é maneira mais utilizada para se comunicar. - Michael Taguchi



 

 


Bartolomeu Queirós e Suzana Montoro são premiados


Ao longo de seus 67 anos, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós ganhou prêmios diversos como o Jabuti e o 4.º Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil e Juvenil, que venceu por unanimidade em 2008. Dois anos depois, foi finalista do internacional Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil. Nunca, porém, ganhou um prêmio tão alto quanto o São Paulo de Literatura, que paga R$ 200 mil.
Na noite de segunda-feira, em cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, seu nome foi anunciado como o autor do melhor livro de 2011: "Vermelho Amargo" (Cosac Naify). Bartolomeu morreu em janeiro, em decorrência de insuficiência renal. Não era casado e não tinha filhos e a premiação, como prevê o regulamento, vai para seus herdeiros legais.
O mineiro publicou 40 livros durante sua carreira - a maior parte dedicada ao público juvenil, como o que entregou à Cosac Naify quatro dias antes de morrer. "Elefante", um texto poético em que o narrador conversa com seu inconsciente sobre os limites do amor, deve ser lançado em maio. Tão importante quanto sua produção literária era seu engajamento na questão da leitura e da formação de leitores. Por isso, ocupava-se da capacitação de professores, fazendo palestras aqui e ali.
"Vermelho Amargo", que concorre ainda ao Prêmio Portugal Telecom, revisita a infância triste do narrador, marcada pela ausência da mãe e presença de um pai alcoólatra. A curta história, que "expressa com densidade reflexiva a vivência subjetiva do personagem principal", nas palavras da comissão julgadora, desbancou outros bons livros. Estavam no páreo "Diário da Queda", de Michel Laub; "Domingos Sem Deus", de Luiz Ruffato; "A Vendedora de Fósforos", de Adriana Lunardi; "Herança de Maria", de Domingos Pellegrini; "Don Solidon", de Hélio Pólvora; "Perdição", de Luiz Vilela; "Habitante Irreal", de Paulo Scott; "Em Nome do Pai dos Burros", de Silvio Lancellotti; e "Dois Rios", de Tatiana Salem Levy.
Mas a noite não foi só de homenagens a Bartolomeu - que, aliás, foram discretas. Psicóloga por formação e ocupação, Suzana Montoro venceu na categoria autor estreante com "Os Hungareses", seu primeiro romance, e também ganhou R$ 200 mil. Escritora nas horas vagas, já publicou quatro infantojuvenis, e espera agora o resultado do Jabuti em outubro. "Nem Eu Nem Outro" é finalista na categoria juvenil. Enquanto isso, escreve outra novela para adolescentes.
Ela concorreu com Ana Mariano ("Atado de Ervas"); Bernardo Kucinski ("K."); Chico Lopes ("O Estranho no Corredor"); Edmar Monteiro Filho ("Fita Azul"); Eliane Brum ("Uma Duas"); Julián Fuks ("Procura do Romance"); Luciana Hidalgo ("O Passeador"); Marcos Bagno ("As Memórias de Eugênia") e Susana Fuentes ("Luzia"). 
Comentário: Nada mais justo que Bartolomeu ganhar o maior prêmio da sua carreira como escritor de literatura infantil. Além de possuir grande capacidade, também representa o Brasil. Suzana mostrou que veio pra ficar e faturou a categoria de autor estreante, mostrando que ainda há bons escritores surgindo todos os dias em lugares nem imaginados.
Fonte: Estadão - Literatura
Por Thaís Raposo dos Santos

terça-feira, 25 de setembro de 2012

'O Grande Gatsby' estreia nos cinemas em maio de 2013



A Warner Bros anunciou na última quinta-feira que "O Grande Gatsby", adaptação de Baz Luhrmann para livro homônimo de F. Scott Fitzgerald, será lançado em 10 maio de 2013.

Estrelado por Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e Carey Mulligan, o longa seria lançado originalmente em dezembro deste ano. O estúdio avaliou, entretanto, que o filme teria uma recepção melhor no verão americano.

"O Grande Gatsby", descrito como o "mais perfeitamente construído da literatura americana" pelo crítico Tony Tanner, conta a história da amizade entre Nick Carraway e seu vizinho, o milionário Jay Gatsby --que é apaixonado por Daisy, prima de Nick.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1156499-o-grande-gatsby-estreia-nos-cinemas-em-maio-de-2013.shtml

Comentário: É muito interessante ver grandes obras da literatura tornando-se filmes e assim podendo atingir grande parte da população que não leria o livro talvez por puro preconceito mas que frequenta cinema com uma certa frequência. Assumo, não conhecia a história até ler rumores sobre essa nova grande produção da warner, mas logo de início me interessei pela história de Jay Gatsby que se passa na eufórica Long Island dos anos 1920. Para quem, como eu, se interessar mais pela história pode conferir uma pequena síntese aqui: http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=85026 .
Giovanna Arruda

sábado, 22 de setembro de 2012

Conheça mais sobre o conto!




O que é um conto?

O conto é uma narrativa breve em prosa (ou seja, uma narrativa curta) ainda que contenha os mesmos componentes do romance (narrativa longa). Entre suas principais características, estão a concisão (ou seja, expor idéias com poucas palavras), a precisão (rapidez e acerto), a densidade (a quantidade de informações), a unidade de efeito ou impressão total: o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. 


Grande flexibilidade
Por outro lado, o conto é um gênero literário que apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica. Os historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a lenda, a parábola, o conto de fadas e mesmo a anedota.

O primeiro passo para a compreensão de um conto é fazer uma leitura corrida do texto, do começo ao fim. Através dela verificamos a extensão do conto, a quantidade de parágrafos, as linhas gerais da história, a linguagem empregada pelo autor. Enfim, pegamos o "tom" do texto.
Primeiros passos
Podemos perguntar também: Quem é o autor do texto? Seja na internet, numa enciclopédia ou mesmo nos livros didáticos, é bom fazer uma pesquisa sobre o autor do conto, conhecer um pouco sua biografia. É um autor contemporâneo ou mais antigo? É um autor brasileiro ou estrangeiro?

O conto quase nunca é publicado isoladamente. Geralmente ele faz parte de uma obra maior. Por exemplo, o conto "Uma Galinha", de Clarice Lispector, faz parte do livro "Laços de Família".
Seguindo adiante
Depois dessas primeiras informações, podemos fazer uma leitura mais atenta do conto: elucidar vocábulos e expressões desconhecidas, esclarecer alusões e referências contidas no texto. Também podemos pensar no título do conto. Porque o autor escolheu este título? Este esforço de compreensão qualifica - e muito - a leitura. Torna o leitor mais sensível, mais esperto.

O passo seguinte é fazer a análise do texto. No momento da análise o leitor tem contato com as estruturas da obra, com a sua composição, com a sua organização interna. Para analisar o texto, é bom observar alguns aspectos da sua composição. Algumas perguntas são muito importantes: Quem? O que? Quando? Onde? Como?

Formular as perguntas e obter as respostas ajuda a conhecer o conto por dentro:
  • Quais são os personagens principais?
  • O que acontece na história?
  • Em que tempo e em que lugar se passa a história narrada?
  • E algo bem importante: Quem narra? De que jeito? O narrador conta de fora ou ele também é um dos personagens?

    Depois dessa análise, fica mais fácil interpretar a obra. Já temos uma base para comentar, comparar, atribuir valor, julgar. Nossa leitura está mais fundamentada. Fica mais fácil responder à pergunta: O que você achou do conto?
Comentário: O conto é uma maneira criativa de escrever pouco e significar muito. Poucas palavras levam o leitor para um outro mundo, com novos pensamentos e diferentes ideologias.

Fonte: Uol Educação
Por Thaís Raposo dos Santos

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Leia em primeira mão o conto do escritor Lúcio Cardoso publicado no jornal "A Manhã" em 1944


Os náufragos



A paisagem era baixa, escura e surda. Não se via logo o mar, mas desde longe pressentia-se a sua presença. E naquele lugar, onde eu sonhara tanto na minha infância, não havia dias, nem tardes, nem crepúsculos – não sei por que estranho acaso era sempre o mesmo tempo, a mesma hora indefinida, a mesma estabilidade na cor e a mesma doentia densidade nos minutos. Lembrava-me de coisas que decerto nunca tinham existido por ali: rochas, rochas bem nuas batidas pelo mar, palmeiras, areias claras como tantas vezes vira nas praias dos meus primeiros anos.
– Quem vem lá? – gritava eu assim que pressentia o menor rumor.
Às vezes não era ninguém, apenas o vento. Dir-se-ia que ali era ele mais forte e mais constante do que em todas as partes do mundo. O vento ali era soberano. Mas outras vezes, através daquele perpétuo entardecer que cobria a restinga, ouvia uma voz – um brado – alguém que se perdera, um caminhante ou um antigo conhecido de meu pai. Acendia então a lanterna e balançava-a para guiar melhor o visitante. Não raro, contavam-me histórias de naufrágios. Às vezes histórias antigas, de vez em quando histórias modernas, o“Helena”, o “Duquesa Alisa”, “Abaeté” e outros, que povoam o mar de destroços e o lugar de um terror mais acentuado ainda. O “Duquesa Alisa” explodira não muito longe da rocha alta, a alguns quilômetros de distância, numa noite em que havia festa a bordo. Mais tarde, encontraram os corpos despedaçados, alguns ainda com joias, mulheres com diademas, homens com fraques pela metade. Recolheram todos os anéis e todos os broches dos ricos que viajavam no navio sinistrado, levando-os mais tarde, em romaria, à Virgem Padroeira da restinga. Foi um dia de festa, os pescadores cantando, a caixa na frente, com as joias retiradas dos afogados. Por isto é que a Virgem, tão pequena, ostenta hoje um tão grande número de joias.
– Quem vem lá? – pergunto ainda quando acordo de noite e escuto o vento monótono, o eterno vento, passar acima do teto da cabana.
Ninguém responde. Há anos que ninguém responde coisa alguma. Meu avô, que também não dorme e acredita no castigo que nos espera além túmulo, tosse do seu canto e ri:
– Não é ninguém, menino, são os mortos do “Duquesa Alisa” que ainda procuram repouso.
Às vezes, para provar o que diz, ele sai em longas peregrinações pela praia, gastando nisto quase metade do dia – tão longe é o mar, tão grande é a praia. Volta com panos, madeiras, restos de embarcações, onde pinta em letras brancas e azuis, letras trocadas, conforme seu vocabulário: I – R – E – N – E. E outros nomes, como Maria Isabel, Julia, Marcelo, Joaquim e Teresa. Pergunto-lhe o que significam. Não me responde, apenas levanta os ombros e vai colocar as tábuas na cerca mais próxima, afirmando depois, quando está de bom humor, que assim pode auxiliar o espírito dos que morreram nos naufrágios, pois, depois de mortos, a única coisa que reconhecem são as letras dos nomes que usaram nesta vida.
Uma vez, vimos um navio grande apitar através da bruma. O mar, forte, fazia um rumor fora do comum.
– Deve estar em perigo – avisou meu avô.
Fomos até a praia, afrontando o vento e a neblina fria que vinha do mar. De novo ouvimos o apito, surdo, como se estivesse chamando por socorro.
– Estão talvez à procura de alguém, um barco de pescadores – disse de novo o meu avô.
Mas a cerração era muito forte e não víamos coisa alguma. Gastamos inutilmente várias horas, sem que nada conseguíssemos divisar. Só aquele apito surdo, intermitente, que às vezes rasgava a bruma e vinha até nós como uma sinistra advertência. Voltamos apreensivos, sem trocar palavra. Comigo mesmo imaginava que a Virgem da restinga ia ganhar mais algumas joias. E foi naquela noite, precisamente, que ouvimos falar na velha que provocava desastres.
– É ela quem comanda a Costa do Infortúnio – afirmou Simeão, descansando sua rede gasta num canto da sala.
Ainda não ouvira falar na misteriosa velha, por isto, com o coração trêmulo, aproximei-me da mesa, em torno da qual os velhos se reuniam. O rumor do mar era tão grande que as águas pareciam estar apenas a alguns passos de nós.
 
Fonte: http://revistacult.uol.com.br/home/2012/09/os-naufragos/

Jéssica Lemos

terça-feira, 18 de setembro de 2012


O Morro dos Ventos Uivantes

 O livro de Emily Brontë narra o amor proibido entre Catherine e Heathcliff, a história começa com o pai de Catherine o Sr. Earnshaw, que encontra Heathcliff abandonado e o leva para morar em sua casa, porém seu outro filho Hindley não gosta do garoto, e o maltrata sempre que possível, mas Catherine acaba se apaixonando pelo garoto, quando o Sr. Earnshaw morre, Hindley se torna o dono das propriedades do pai e coloca Heathcliff como empregado da casa.
 Depois Hindley apresenta sua irmã aos Lintons, uma família rica e classe social alta, então Catherine começa a se interessar por Edgar Linton, pois não queria estragar sua reputação se casando com Heathcliff,  mas Heathcliff ouve ela dizendo e  fica revoltado indo embora da cidade.
 Catherine fica muito triste com a partida de Heatcliff e resolve se casar com Edgar.
 Quando Heathcliff volta para o Morro dos Ventos Uivantes ele chega rico e com classe social alta, então Catherine começa a querer voltar com ele, mas também não consegue largar de Edgar…….
  A escritora com certeza consegue envolver todos os personagens de maneira fácil na história, pois cada personagem têm uma função importante na história, isso torna o livro ainda mais irresistível.
 Não sei como explicar, mas certamente que tu e todos têm a noção de que existe, ou deveria existir, um outro eu para além de nós próprios. Para que serviria eu ter sido criada, se apenas me resumisse a isto.? Os meus grandes desgostos neste mundo, foram os desgostos de Heathcliff, e eu acompanhei e senti cada um deles desde o início; é ele que me mantém viva. Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria, para mim, uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer..” Catherine - O Morro dos Ventos Uivantes.
Comentário: 
Um livro que vale a pena ter em sua estante, pois é um clássico da literatura inglesa, e nos faz pensar em muitas coisas.
 Achei um ótimo livro, muito intrigante e emocionante ao mesmo tempo, consegui ler em apenas um dia o livro, pois a história é magnífica. Se estiverem com dúvida de ler não tenham…Esse é um dos livros que eu recomendo.
Michael Taguchi.

Brasil levará nove escritores à Feira de Frankfurt


Maior e mais importante evento do mercado editorial internacional, a Feira do Livro de Frankfurt, a ser realizada entre 10 e 14 de outubro, terá participação mais robusta do Brasil este ano. O estande coletivo das editoras brasileiras será maior - com 330 m² ante os 216 m² do ano passado, e um time de escritores foi escalado para mostrar a produção literária nacional. É o começo dos preparativos para a aguardada participação em 2013, quando o País será homenageado.
Para chegar à lista dos autores convidados, Galeno Amorim, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, diz que ouviu sugestões dos tradutores alemães, que pediram jovens escritores, e consultou a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, que indicou dois autores por ela premiados. Outros foram escolhidos porque têm tido bom desempenho no programa de apoio à tradução da FBN ou porque foram selecionados para o número de estreia da revista "Machado", que será lançada na feira com trechos de textos de autores daqui traduzidos para o inglês ou espanhol. A iniciativa é do Itaú Cultural e a revista será coeditada pela FBN.
Estarão em Frankfurt este ano Alberto Mussa, Luiz Ruffato e Cristovão Tezza, os mais traduzidos, e Andrea Del Fuego e Michel Laub, que estão tendo obras vertidas para o alemão neste momento. E ainda João Paulo Cuenca, que lança livro lá agora, Marina Colasanti e Roger Melo. No último dia da feira, a poeta Hinemoana Baker, da Nova Zelândia, país homenageado em 2012, passará o bastão para Milton Hatoum, cronista do Caderno 2 do jornal "O Estado de S. Paulo" e um dos escritores brasileiros contemporâneos mais conhecidos no exterior. Ele ainda falará durante 20 minutos sobre a literatura nacional. Em 2013, a lista será maior, e incluirá músicos, artistas plásticos e atores.
Além de conversas com esses escritores, estão sendo organizados debates sobre temas que vão desde os best-sellers ao mercado de livros técnicos. E para quem passar pelo estande do Brasil no final do expediente, será oferecida uma caipirinha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentário: É de extrema importância que os grandes autores modernos brasileiros tenham a oportunidade de mostrar trabalho fora das terras tupiniquins. Mostrando que sim, a nossa literatura continua e continuará sendo espelho para muitos leitores.
Fonte: Estadão
Por Thaís Raposo dos Santos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Brasil nunca venceu prêmio Nobel de Literatura


Muitos autores brasileiros fizeram sucesso em todo o mundo. Manuel Bandeira, Mario Quintana, Cecilia Meireles, Graciliano Ramos e Clarice Lispector são donos de obras maravilhosas, porém nunca foram premiados pelo Nobel de Literatura.

O prêmio ficou pertinho do Brasil algumas vezes e não apenas com o sempre indicado Jorge Amado, cujas chances acabaram em agosto, com sua morte. O poeta modernista Jorge de Lima chegou a ser dado como nome certo. Em 1947, Artur Lunkvist, um influente membro da Real Academia Sueca de Letras – o mesmo que defendeu a candidatura vitoriosa (e para muitos imerecida) do chileno Pablo Neruda –, empolgou-se com a obra do poeta e veio ao Brasil. Na volta, ele convenceu os outros membros do comitê do mérito do brasileiro. Ficou acertado entre os suecos que o Nobel de Jorge seria entregue em 1958, já que antes era preciso premiar alguns grandes autores, como William Faulkner, relegados pela interrupção do prêmio durante a Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, o brasileiro morreu antes, em 1953.
O poeta Carlos Drummond de Andrade também foi seriamente cogitado. Mas ele próprio, que sempre teve aversão a prêmios, desencorajou a candidatura. Quando, em 1967, Arne Lundgren, seu tradutor para o sueco, pediu que ele lhe enviasse todas as suas traduções disponíveis, certamente para atender a um pedido do comitê do Nobel, Drummond respondeu, bravo, que não colaboraria, quase que ordenando que ele interrompesse imediatamente o processo.


Em Literatura a América Latina recebeu os prêmios Nobel em 1945 com Gabriela Mistral do Chile; em 1967 com Miguel Astúrias da Guatemala; em 1971 com Pablo Neruda do Chile; Octávio Paz do México o levou em 1990 e Gabriel Garcia Márquez da Colômbia em 1982.

Comentário (por Emily Cristini e Giovanna Kiill):
Não podemos negar que o Brasil é dono de uma literatura repleta de grandes nomes que seriam merecedores de tal prêmio.
Então por que ainda não ganhamos o Nobel de Literatura?
A resposta é muito simples: a educação pública é de péssima qualidade e as pessoas leem raramente (cada brasileiro lê em média um livro inteiro por ano), assim a literatura é desvalorizada não apenas pela população, mas também pelo senado que apenas indica um candidato ao prêmio ao invés de apoia-lo também.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Prêmio Nobel de Literatura.



Japonês é favorito para ganhar o Nobel de Literatura


O escritor japonês Haruki Murakamilidera lidera as apostas da Ladbrokes do Prêmio Nobel de Literatura deste ano, segundo o diário britânico The Guardiam. O autor de obras como “Tokyo blues” e “Kafka à Beira-Mar” é campeão de vendas no Japão, já recebeu inúmeros prêmios literários e teve sua obra traduzida em 16 idiomas.

Murakami destaca-se pelo ritmo que imprime nas suas obras. Seus romances são enigmáticos e prendem o leitor. O autor foi finalista do Prêmio Príncipe de Astúrias de Letras 2012. Se receber o Nobel, se tornará o terceiro autor japonês a ganha-lo, depois de Yasunari Kawabata (1968) e Kenzaburo Oe (1994).



Atrás do escritor japonês nas apostas estão o chinês Mo Yan e o holandês Cees Nooteboom. Os novelistas Phillip Roth (EUA), Comac McCarthy (EUA) e Amos Oz (Israel) respectivamente.
O representante do Brasil, Ariano Suassuna, não aparece entre os favoritos. Sua indicação foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado.
"A vida e a obra de Ariano Suassuna contêm expressão filosófica que transpõe as limitações temporais e de gerações, atingindo todos os públicos e transportando-se pelos mais diversos e modernos meios de comunicação”, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB) ao justificar a indicação do paraibano.
 Nenhum brasileiro jamais foi laureado com o prêmio.

O anúncio oficial será feito em outubro, provavelmente na segunda semana.


Fontes:



Comentário:
Por: Emily Christini e Giovanna Kill

O prêmio Nobel de Literatura é concedido anualmente desde 1901, e desde então vem premiando grandes escritores da literatura. O escritor é escolhido pela Academia Sueca, sendo assim um dos maiores prêmios que qualquer escritor do ramo literário pode receber. 
Este ano, o escritor japonês Haruki Murakamilidera lidera as pesquisas como favorito para receber o prêmio, é considerado um dos melhores escritores japoneses, reconhecido pelos seus maravilhosos romances que ficção seus leitores. 
Enquanto isso o candidato brasileiro, Ariano Suassuna, não aparece como favorito nas pesquisas para o prêmio deste ano; o autor paraibano de obras como "O Auto da Compadecida" e "A Pedra do Reino", teve sua indicação aprovada pelo senado. 
O Brasil ainda não tem nenhum prêmio de literatura, mesmo sendo um país com grandes escritores, poetas; o que nos resta é esperar a divulgação que ocorrerá em outubro e esperar que a literatura brasileira seja mais prestigiada por nossos leitores.