quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os diversos gêneros literários..

Quando estamos na escola, sempre nos deparamos em literatura com "gêneros literários". Mas o que é? Como é? Qual o objetivo? O que eu acho a respeito? Hoje irei explicar um pouco mais sobre o tema e tirar todas as dúvidas.



Gênero Narrativo
Consiste em narrar um fato ou uma história de ficção. Possui um enredo em que se tem uma situação inicial, as mudanças desta situação, um conflito, o clímax (tensão) e o epílogo (solução). Esse gênero é composto por alguns elementos: o narrador, o lugar, o tempo, o enredo/situação e os personagens.
Ainda dentro desta forma literária, existem alguns estilos diversos de escrita, como o romance, a epopeia, a fábula, a crônica, o conto, a novela e o ensaio.

Gênero Narrativo: Romance 

O romance engloba um enredo, um tempo, um lugar e os personagens. Nele, as ações realizadas ocorrem em conjunto e os personagens podem surgir no decorrer da história.
Vale ressaltar que o romance tem características que se aproximam da realidade.
O movimento do romantismo aqui no Brasil contou com vários autores renomados como: Jorge Amado, Graciliano Ramos e Machado de Assis.


Gênero Narrativo: Fábula
As fábulas são textos em que seus autores utilizam uma grande capacidade criativa. Um grande exemplo é que nessa modalidade de sentido figurado, os animais têm características de seres humanos como a fala, pensamento e etc. Usa-se das sátiras, críticas e são destinadas às criançasAutores como La Fontaine, George Orwell, Sá de Miranda, Monteiro Lobato e muitos outros são grandes escritores de fábulas.

Gênero Narrativo: Epopeia
Conhecido também como conto épico, é exclusivamente contado em versos, orais ou escritos. Nas epopeias, se contam histórias heroicas em que se preservam antigas tradições.
São constituídas por uma mistura de fatos históricos e de grandes realizações de seres reais ou mitológicos. Algumas obras fazem parte dessa modalidade literária como a Ilíada, a Odisseia, os Lusíadas, Jerusalém Libertada, Testamento e etc.

Gênero Narrativo: Novela
A novela consiste em uma narração que é menos duradoura e a história se passa ao redor de um personagem. Costuma ter entre 50 e 100 páginas e apresenta uma situação de conflito, que vai sendo desvendada durante a história.
Uma das obras que dá início a esse estilo literário da época do Renascimento é a de Giovanni Boccaccio, com seu livro, Decameron ou Príncipe Galeotto. A obra de Machado de Assis, "O Alienista" e "A Metamorfose", de Kafka, também representam esse modelo de literatura. 

Gênero Narrativo: Contos
Cinderela e o príncipe Wallpaper
Pequenas narrativas estruturadas em parágrafos e em seus textos possuem várias situações rotineiras. Os escritores de contos relatam acontecimentos do dia-a-dia, ocasiões bem populares. Esse gênero também se aproxima com poesias e crônicas.
Os contos cresceram em grandes proporções. Há famosas histórias como “O barba azul”, “Cinderela”, “O gato de boas”, e outras. 

Gênero Narrativo: Crônica
Crônicas são textos de curta duração, geralmente publicados em jornais. O cronista retrata os fatos, elaborando um pequeno texto, em que críticas, sátiras, indiretas e afins, podem ser usadas na sua visão do mundo. Existem diversos tipos de crônicas: a descritiva, humorística, dissertativa, narrativa, narrativo-descritiva, lírica, poética, jornalística e histórica. 
No Brasil, encontram-se diversos cronistas como Machado de Assis, Rubem Braga, Luis Fernando Verissimo, Millôr Fernandes, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade e outros. 

Gênero Narrativo: Ensaio
Os ensaios tem como característica apresentar ideais, de forma que o leitor pense a respeito de diversos assuntos. Não costumam ser formais e trabalham defendendo um ponto de vista, tendo provas científicas em mãos. Francis Bacon e Michael Montaigne foram os precursores desse estilo, que tempos depois surgiu muitos adeptos da escrita como Voltaire, Montesquieu, Sérgio Buarque de Hollanda, Thoreau e outros.

Gênero Dramático
Neste estilo literário o narrador conta a história enquanto os atores encenam e dialogam através dos personagens. Quanto aos estilos literários, esta modalidade literária compreende: tragédia, comédia, tragicomédia e farsa.

Gênero Lírico
Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, porém, não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que dependerá dos elementos literários inseridos nela. Quanto ao conteúdo, destacam-se Elegia, Idílio e écloga, Ode ou hino e Sátira.


Comentário: Enfim, posso concluir que entre diversos gêneros literários alguns me chamam mais atenção. O Dramático é um dos meus prediletos por conter comédia e tragédia juntos, fazendo com que em uma mesma leitura eu possa me conectar a dois mundos diferentes em um único lugar. Outro que também me chama muito atenção, é o Narrativo-Contos, porque além de falar sobre o cotidiano de uma maneira diferente, é muito próximo com poesias (o que acho fantástico).

Fonte: Livro Revisanglo 2011

Por Thaís Raposo dos Santos



Literatura e Sociedade

"A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA SOCIEDADE"


texto de MAURÍCIO TRAGTENBERG

Numa época de especialização, a literatura define os ideais de um período de crise e transição. Daí toda grande obra literária ser de um período de transição (veja-se a importância da mensagem de Dante, Dostoievski ou Kafka), pois é nesses períodos que se põe dramaticamente ao homem essa interrogação: qual o sentido de sua vida, qual a significação do mundo que o cerca? O médico, engenheiro, advogado, encarnam especializações necessárias ao exercício de suas atividades, mas tem em comum, um atributo, o de serem humanos e o de enfrentarem idênticos problemas numa sociedade em transição. Somos filhos de uma sociedade individualista e liberal e caminhamos para um outro tipo de sociedade planificada. Como se dará tal mudança? Quais os agentes desse processo? Não o sabemos. O que sabemos é que assistimos a um espetáculo de crise, de transição, onde os velhos quadros sociais desaparecem e os novos ainda não se estruturaram.
A literatura é uma forma de resposta a essa interrogação. Ela, pelos escritos de Homero transmitia-nos uma mensagem corporificando um tipo de homem: o cavaleiro e o nobre; pela pena de Hesíodo, transmitia-nos uma ética do trabalho e sua dignificação como sentido da vida. Os escritos de Joyce, Kafka e Faulkner, constituem uma mensagem adequada aos tempos novos: as formas clássicas do romance estão fenecendo; cabe ao homem descobrir uma nova linguagem para exprimir novas experiências de uma nova vida. De todas as formas de arte a literatura é a mais próxima da vida e a mais sintética, pois reúne a arquitetura, quando no processo de composição do romance, a música, na estrutura melódica da frase, a pintura, no traçar o caráter dos personagens, a filosofia, ao definir seus ideais de vida. Daí sua importância para a cultura. Sendo ela acessível aos diferentes especialistas, poderá formular novas formas de ação ética e padrões morais.
A transição do século XIX e XX foi assinalada, em primeiro lugar, pelos impressionistas, pelo naturalismo literário e posteriormente pelos teóricos de política, economia e filosofia. A literatura pertencendo a um dos campos assistemáticos do conhecimento tem esse poder. Pode auscultar as mudanças que se operam no mundo e pela imaginação de seus grandes nomes, definirem ao homem comum, novos caminhos. Se não conseguir formulá-los com nitidez, pelo menos servirá como testemunho de uma época.  Cabe ao escritor viver plenamente sua época, pois só atinge a grandeza, aquele que sentiu seu próprio tempo. Este é o segredo da universalidade de um Goethe, Balzac ou Cervantes. Nessa tentativa de traçar, com lucidez os quadros do mundo, onde se desenrola o drama humano, num período de transição, é que a literatura deixará de ser o “sorriso da sociedade”, para ser testemunho de uma época, uma mensagem acessível a todos, que permitia ao homem independente de sua especialidade sentir-se junto ao seu semelhante, como “igual entre iguais”, cumprindo um sábio preceito chinês: Se as profissões diferenciam o homem, cabe à arte uni-lo em torno de ideais comuns. Isso ela pode fazê-lo, pois sua linguagem é universal e a condição humana idêntica em toda a face da terra.

Comentário:

Por: Paulo Dias e Michael Taguchi

A literatura é uma espécie de espelho da sociedade. E quando o assunto é a mudança da sociedade, a literatura se mostra como algo muito mais sensível do que o perceber humano. Desta forma, ela consegue captar coisas que passariam despercebidas pela maioria das  pessoas da época e que só serão reconhecidas por quem futuramente se deparar com obras literárias. Pode-se dizer que nem sempre a literatura se manifesta de forma escrita, aliás, pensar assim é um erro ao qual todos nós somos levados a crer desde que temos contato com as primeiras obras literárias. Na verdade, a literatura se manifesta através de costumes, através de crenças, enfim, por diversos meios além da palavra escrita. Cabe à escrita o papel de registrar aquilo que é captado pelos sensíveis ouvidos da literatura, e é por tal motivo que não podemos, de forma alguma, desprezar a magnífica eficiência das palavras. Literatura não existe sem sociedade, assim como a sociedade seria infinitamente mais pobre sem a literatura. Uma depende da outra, é assim desde que o mundo é mundo e assim permaneceráA Literatura sempre mudará conforme a sociedade se transforma, em cada grupo social do mundo a literatura será diferente, pois cada grupo é diferente. Eis aí alguns dos maiores papéis da literatura: celebrar as diferenças, captar as mudanças  do presente e futuro e valorizar o passado, afinal, é ele que nos trouxe até aqui.