Era uma vez um homem que vivia com sua mulher e três filhas. Ele era feliz, mas temia que suas filhas, já adolescentes, não acreditassem mais em contos de fadas.
Ele então perguntou às garotas se acreditavam nos contos e, após respostas negativas das duas filhas mais velhas, ouviu da mais nova a seguinte resposta: "Pai, tenho medo de me tornar tão cínica quanto minhas irmãs. Ouvi falar de um reino distante onde os contos de fadas realmente existem. Leve-nos lá!".
Não havia uma carruagem de abóbora disponível, então embarcaram em um trem em direção à cidade de Colônia, na Alemanha, onde alugaram um carro e seguiram pela rota dos contos de fadas.
A rota vai de Hanau, próximo a Frankfurt, local de nascimento de Wilhelm e Jacob Grimm, até Bremen, no norte do país, e neste ano celebra uma data especial: dezembro marca os 200 anos da publicação da primeira edição dos contos dos irmãos.
Ao longo de mais de 600 km, o itinerário passa por vilarejos e cidades que tiveram um papel importante na vida dos Grimm e inclui florestas, castelos e torres que supostamente foram cenário dos contos de fadas mais conhecidos.
A chave para entender a rota é distinguir entre o factual (onde os irmãos estudaram, viveram e morreram) e o ficcional (onde Bela Adormecida e Branca de Neve viveram).
Na pequena cidade de Steinau é possível visitar a casa para onde Jacob e Wilhelm se mudaram quando eram jovens, hoje um museu que explica o papel dos Grimm na história e na literatura alemãs. Em Kassel, onde passaram a maior parte de suas vidas, um museu abriga uma cópia dos contos de fadas escrita à mão pelos irmãos. Mas esses locais são mais interessantes para estudantes do que para jovens turistas e é então que a ficção começa.
A casa de Branca de Neve, por exemplo, está situada na vila de Bergfreiheit, nas colinas próximas à cidade de Bad Wildungen. Ao entrar em um dos quartos, o visitante se depara com sete pequenas camas. Fora isso, a única ligação com Branca de Neve é uma placa no andar de cima, que conta a história de Margaretha von Waldeck, uma bela moça que foi obrigada pela madrasta a mudar-se de Bergfreiheit e que morreu em 1554 aos 21 anos, aparentemente envenenada.
Já a casa de Rapunzel é adornada por uma longa trança de cabelos louros, que pende da janela de uma torre do hotel Trendelburg, um verdadeiro castelo de conto de fadas, com armaduras, torres e um guia vestido como um cavaleiro medieval.
Há ainda o castelo de Sababurg, também um hotel, conhecido por ter sido a casa de Bela Adormecida.
Mas foi a cidade de Hamelin o lugar que realmente provocou a imaginação das meninas. Um passeio pelas ruas de pedra, com suas casas de madeira, criou um clima de fantasia, mas foi uma atração do museu que capturou a atmosfera do conto do flautista de Hamelin.
Sentados em sacos de milho, os visitantes assistem a figuras criadas com velhas chaves, raladores de queijo e foices encenarem a história, que acaba com a fuga de dúzias de camisolas da cidade.
Ao longo da rota, é possível perceber que a verdadeira atração não são os cenários imaginários dos contos de fadas, mas a própria paisagem alemã: as belas cidades e vilas encravadas em colinas, as ruas de pedra, os rios Fulda e Weser, o lago Edersee e, acima de tudo, as florestas.
Parece que por todo o caminho não se passa por nada além de árvores. Elas estão ali mesmo quando o visitante alcança os limites de cidades grandes como Hannover. Em 2011, as florestas de faia da Alemanha ganharam o título de patrimônio da humanidade pela Unesco.
Ao fim da jornada, o homem perguntou à filha mais nova se agora ela acreditava em contos de fadas e ela respondeu: "Confesso que ainda não estou convencida, mas amei os bolos e as salsichas da Alemanha".
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/turismo/1178336-nova-rota-turistica-alema-segue-passos-dos-irmaos-grimm.shtml
Comentário: As histórias dos irmãos Grimm nos remetem automaticamente a nossa infância, aos filmes da disney que tanto assistimos e amamos, ter a chance de conhecer a região onde elas surgiram e ver que algumas dessas histórias podem até ter algumas bases em histórias reais é como se fossemos transportados aos conto de fadas, como se pudéssemos vivê-los nós mesmos.
Giovanna Arruda
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