E mesmo não aparentando, a igreja católica entra em uma disputa pelo maior poder dentro de sua igreja. Depois da renuncia do último papa, a igreja entrou em uma especie de "corrida maluca" a procura de sua nova autoridade.
No dia em que a data do conclave foi divulgada, a lista de cardeais que mais circulam no meio eclesiástico e na imprensa internacional foi reduzida. Ontem, os principais jornais da Itália e alguns dos vaticanistas mais respeitados indicaram que os favoritos para suceder o papa Bento XVI são dois: o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, e o brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. Mas o favoritismo tem um preço: em caso de impasse, uma terceira via poderá ser apresentada na janela do Vaticano.
O favoritismo de Scola e de Scherer ficou claro nas páginas dos diários La Repubblica, La Stampa e Il Messaggero, além da revista Panorama, quatro dos mais respeitados veículos de imprensa da Itália. Todos convergiram na sexta-feira quanto aos cardeais que teriam saído fortalecidos das Congregações-Gerais, as reuniões pré-conclave do Colégio Cardinalício. "Partida entre dois no conclave", escreveu o La Repubblica, que mencionou o brasileiro como "homem forte do IOR", o Banco do Vaticano. Segundo o diário, Scola seria sustentado por cardeais reformistas, enquanto Scherer seria o "representante da Cúria", avesso a reformas na Igreja.
Na mesma linha, o jornal La Stampa lembrou que grande parte dos cardeais teria optado pela escolha de um papa não europeu. O diário afirma que candidatos "emergentes" poderiam reunir até 50 votos desde o primeiro turno de votações, de um total de 115. Para ser escolhido, um cardeal precisa de 77 votos. "Um dos candidatos mais populares é o brasileiro Odilo Pedro Scherer", afirma o jornal.
Para Lucetta Scaraffia, historiadora e vaticanista da Universidade La Sapienza, de Roma, o conclave que começa nesta terça-feira é aquele com maiores chances de que o eleito venha de fora da Europa. "Não sei se vencerá, porque todo conclave envolve muitas outras questões, mas o cardeal Scherer é um dos mais fortes candidatos", disse.
"Scherer é um americano, o que atende a pressão por um papa de fora da Europa, mas também é um sul-americano, o que o faria superar os problemas políticos que opõem muitos cardeais europeus aos cardeais dos Estados Unidos", explica. "Ele também teria o apelo forte dos países emergentes e do Terceiro Mundo. E, além disso, é alguém que conhece a Cúria."John Allen Jr., vaticanista da National Catholic Reporter e da rede americana de TV CNN, foi na mesma linha. "Eu diria que Scherer é a melhor aposta", afirmou. "Ele tem boa reputação e é admirado em Roma."
A bipolarização, entretanto, pode não ser favorável nem a Scola, nem a Scherer. Isso porque, caso nenhum dos cardeais consiga obter dois terços dos 115 votos e um impasse seja criado, uma terceira opção tende a assumir.
Nesse caso, entre os mais citados estão os cardeais Marc Ouellet, do Canadá, Timothy Dolan e Sean O'Malley, dos EUA, Peter Erdo, da Hungria, e Malcolm Ranjith, do Sri Lanka, segundo Marco Tosatti, vaticanista do blog Vatican Insider. "Será um conclave muito aberto. Vamos ter uma ideia da dificuldade da escolha de acordo com o tempo que ele tomará. Há cardeais não muito conhecidos da mídia que poderiam nos surpreender."
comentário: E o Vaticano está em votação, qual será o melhor a se tornar o grande líder dos católicos ? Atualmente a Igreja Católica passa por grandes mudança e aos poucos temos medo de perder nossos costumes, precisamos de alguem que segure a "cultura católica"
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