O documentário Estamira conta a história de uma mulher, que por mais de 20 anos, sobreviveu em um lixão do Rio de Janeiro. Por falta de atendimento médico, morreu com infecção generalizada nos corredores de um hospital.
O trabalho do fotógrafo carioca Marcos Prado, que se dedicava havia seis anos a documentar, em fotos, o cotidiano do lixão do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), foi premiado nacional e internacionalmente várias vezes. O sucesso se dá a perfeição no modo com que deu voz à simples pessoas do dia-a-dia, pessoas cujas vozes não se ouvem, anônimas da sociedade.
Prado trata em seu documentário, da injustiça, da exclusão, das desigualdades sociais com a tentativa de retratar o ponto de vista das pessoas que são submetidas à injustiça, à exclusão e às desigualdades sociais.
A personagem Estamira, com um discurso eloquente, levanta de forma íntima questões de interesse global, como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida. Questiona Deus, fala com uma linguem própria, porém com muita lucidez e visão de mundo que poucos têm. A senhora mostra o lado triste do capitalismo, mas também a felicidade de viver em um mundo baseado em Estamira.
Texto: Giovanna Kiill / Foto: divulgação
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