terça-feira, 14 de maio de 2013

O Segredo de Joe Gould: jornalismo literário de primeira


Foto: reprodução




O Segredo de Joe Gould, traz as fantásticas  reportagens feitas por Joseph Mitchellpara para a revista ‘The New Yorker’. A obra é dividida em duas partes: a primeira, O Professor Gaivota, conta sobre a figura fascinante de um andarilho,  e a segunda, intitulada O Segredo de Joe Gould, foi publicada vinte e dois anos após o primeiro, em 1964, onde o segredo é revelado e conseguimos entender melhor a primeira parte da história. Com um jornalismo literário envolvente, o autor conta histórias de um miserável de Nova York dos anos 40.

O homenzinho, como é chamado pelo escritor, anda pelos bares e ruas roubando os ketchups das mesas dos bares por onde passava. Um tanto excêntrico, ele conversava com gaivotas em um idioma criado por ele: o “gaivotês”. Mas em meio a tanta loucura, o andarilho mostrava uma lucides profunda comparada a da protagonista do documentário Estamira.

Gould largou tudo (inclusive a família e estudos acadêmicos em Harvard) para escrever "Uma história Oral do Nosso Tempo”. Ele afirmava que as pessoas que conversavam aleatoriamente pela cidade eram os verdadeiros agentes que moviam a história de um país.

Durante a leitura do livro há como perceber a aproximação do autor com Joe, entre bares e conversas, de forma folclórica e até mesmo pedante, Mitchell consegue tirar mais palavras do personagem e expor melhor sua alma. No decorrer do texto, o personagem se mostra carente e revela imensa necessidade de chamar atenção.

Apesar de preenche 138 páginas, o livro pode ser lido em um dia, devido a leveza e as amarrações das palavras que tornam a leitura prazerosa. O perfil irreverente, por vezes cínico e sarcástico, do boêmio personagens também serve para despertar o interesse do leitor.

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