Leticia Moreira/Folhapress
"Bate com vontade", orientava o diretor. "Bateu, vira a cabeça e fecha o olho."
Já passava das duas da manhã de uma noite fria de abril quando o ator Vinícius Pimentel quebrou uma lâmpada fluorescente numa cabeça de silicone montada no set de filmagem. Com o barulho do vidro estilhaçando --foram três lâmpadas estouradas até a cena ficar perfeita-- pessoas apareciam assustadas na janela dos prédios numa rua da Bela Vista.
Não era uma briga de verdade, como o ataque homofóbico que aconteceu na madrugada do dia 14 de novembro de 2010, quando um grupo de amigos foi agredido com lâmpadas na avenida Paulista.
Agora, o crime é reencenado num curta-metragem do cineasta Daniel Grinspum, que gravou cenas na Paulista, na rua Augusta e outros pontos do centro de São Paulo.
"Laio", filme que deve estrear em festivais no segundo semestre, não tenta só reconstituir o episódio. Grinspum desloca o foco das vítimas para os algozes. Toda a ação é narrada do ponto de vista do agressor, um garoto que sai para se distrair com os amigos numa sexta à noite e acaba liderando um espancamento.
Fonte: http://goo.gl/swxk6
Comentário: No filme, são todos garotos de 17 e 18 anos, brancos e bem vestidos, que atacam um casal de gays, tais características dos agressores foram severamente seguidas para mostrar a brutalidade e a ignorância mascaradas por uma aparência delicada e inofensiva dos jovens agressores homofóbicos. O curta tenta retratar também a falta de consciência desses jovens que entendem a homofobia como doença e motivo de vergonha, como se a sexualidade fosse um motivo plausível para a violência, que na visão deles, é uma forma de reeducação dos gays.
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